"Refugiados afegãos chegam a Portugal…"
"Em Portugal temos capacidade financeira, no âmbito do Fundo Asilo e Migração gerido pelo Ministério da Administração Interna, para acolher, com os atuais recursos, pessoas na casa das centenas”, declarou o ministro do MAI Eduardo Cabrita. O grupo foi acolhido provisoriamente em unidades de acolhimento da Grande Lisboa, devendo ser transferidos, posteriormente, para habitações autónomas de norte a sul do país.
No final de agosto, o ministro da Administração Interna disse que Portugal tem capacidade financeira para acolher “na casa das centenas” refugiados afegãos, com prioridade para mulheres, crianças, ativistas e jornalistas, que colaboraram connosco e com outros países ocidentais e que se encontravam em perigo de vida devido aos talibãs. Portugal recebeu este domingo um grupo de 80 refugiados de nacionalidade afegã, elevando para 178 o total de cidadãos que chegaram do Afeganistão na sequência da crise humanitária provocada pela chegada dos talibãs ao poder no Afeganistão. Falando à imprensa portuguesa em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros do Interior da União Europeia (UE) sobre o Afeganistão, o governante assinalou ser “uma questão de gestão de recursos”, notando que “as prioridades de Portugal estão definidas” e assentam em receber pessoas dos grupos mais vulneráveis, isto é, “mulheres, designadamente mulheres magistradas, crianças, ativistas de direitos humanos e jornalistas”.
Horas depois de a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ter apontado um total de cerca de 400 pessoas que poderão ser acolhidas em Portugal, Eduardo Cabrita admitiu até “um pouco além disso”, mas rejeitou fixar quotas, reforçando antes “a capacidade para assumir essa responsabilidade na casa das centenas”…(TVI24 de 20/09/2021).
É impressionante verificar como Portugal “ anda sem lei, nem roque”; o ministro do MAI diz uma coisa e a ministra da Presidência diz outra. Somos um país cada vez mais diversificado étnica, religiosa e culturalmente - e muito bem, disso não tenhamos dúvidas, mas a grande questão que se coloca é: Humanamente saberemos como receber e dar asilo a quem foge da guerra e das condições miseráveis (porque nós ocidentais, diga-se de passagem, é que os colocamos nessa situação) quando numa invasão dissimulada por virtudes de os proteger e necessidades de combater o terrorismo internacional, os aculturámos ocidentalmente (erradamente, pois não o devíamos ter feito, mas é uma opinião de muito boa gente), mas tecnicamente, teremos assim tantas possibilidades estruturais e financeiras para os ajudar? ...Promessas…, Promessas, porque até estamos com eleições à porta para as autárquicas, …promessas, porque até vamos receber a BAZUCA que ainda mal chegou, já toda a gente pensa que vai ser para ela e vai dar para tudo! A meu ver, que sou uma mera cidadã ativa e consciente, expectante deste cenário mirabolante, acho que mais uma vez Portugal e os seus governantes estão a dar o passo maior que a perna (somos os melhores dos melhores), e a prometer o que não podemos dar… fazendo conta com fundos monetários europeus, do PRR. Apenas lhes importa a “imagem humanitária e muito digna” que passam lá para fora, nem que saibam de antemão que as suas promessas ficarão muito aquém do prometido, como sempre!
Nós só podemos ajudar o próximo, se nós estivermos bem!… E todos sabemos dos problemas existentes no nosso País; falta de recursos no SNS, falta de habitação social, falta de emprego, desemprego jovem, precariedade laboral, baixos salários, falta de investimento público, necessidades de uma restruturação na educação, racismo, xenofobia e violência em crescendo na sua forma encapotada( apesar da multiculturalidade existente do nosso País), então como vamos conseguir ajudar os que fogem da guerra e da fome nos seus países de origem?! Como vamos fazer a sua integração com hábitos, costumes e credos tão diferentes dos nossos, quando sabemos bem que “Portugal de Salazar fascista, racista e xenófobo continua enraizado nestas gerações - principalmente as mais antigas e enraizadas no passado, (Fátima, Futebol e Fado), atualmente nesta década de Vinte do Sec. XXI, (FESTAS, PIMBA e FUTEBOL)”?
O imediato será o sensacionalismo, as luzes da ribalta, o encher das páginas de jornais, onde se mostra o envio e colocação desalmadamente destes pobres emigrantes que tanto já sofreram, no interior do País, onde nem sequer o conseguimos desenvolver, criando melhores estruturas para que se fixem estas pessoas e todas aquelas que lá residem, ex. falta de médicos de família no interior. Mas logo veremos, com desilusão total, a incapacidade de lidar com mais uma crise migratória e social igual a outras tantas a que já assistimos no passado, e a que estamos a assistir no presente e em que os mesmos governantes que agora prometem tanta coisa depois irão lavar as mãos como Pilatos.
(By: SHANTAL AYANA)
(Shantal Ayana escreve e comenta politicamente incorreto)
a continuar…
Autor: SHANTAL AYANA
Fonte: SHANTAL AYANA
O Blogue da Cidadania Ativa; Inclusão Social; Sustentabilidade Ambiental e Natureza
Carlos Carrapiço
2021
