O BULLYING EXISTE!
"Bulling" é um termo de origem inglesa, que pode ser entendido como “intimidar”, “oprimir” ou “maltratar”. Essa agressão intencional pode acontecer de forma física, moral, sexual, psicológica, material e virtual, tendo como característica principal a alta frequência dos atos.
Como recorrência dessa agressão, as vítimas sofrem com a queda de rendimento escolar e o isolamento. Em alguns casos, o aluno fica sem estímulo para continuar naquela escola, o que tem impacto direto no seu desempenho escolar.
Outras possíveis consequências do "Bulling" são os traumas psicossomáticos que têm ação direta e bastante grave no desenvolvimento humano e social de cada uma das vítimas. É importante que tanto os professores como os pais e demais adultos e a restante sociedade reconheçam que o "Bulling" existe, pois só assim se podem encetar estratégias urgentes para que seja combatido dentro das nossas escolas e dentro da nossa sociedade.
Segundo dados do "Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)", —43% dos estudantes, com idades compreendidas entre os 11 e os 12 anos afirmaram já terem sofrido desse tipo de violência.
Outra pesquisa, desenvolvida pela "Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais", em parceira com o "Ministério da Educação (MEC)", mostra que o ambiente escolar é um espaço propício ao surgimento dessa violência.
Por isso, é importante que todo o corpo docente e também a direção escolar tenha em mente que o "Bulling" na escola é um fenómeno presente e, por isso, é importante elaborar estratégias e mecanismos para o combater. É necessário que se leve este conceito mais a sério e que sejam adotadas medidas punitivas para os responsáveis.
Cientes das graves consequências do "Bulling" na escola, em novembro de 2015 foi assinada a Lei Nº 13.185, conhecida como "Lei do Bulling". De acordo com o documento, os agressores são responsabilizados pelas agressões sistemáticas presenciais ou virtuais (conhecidas como Cyberbulling).
A legislação também traz obrigações para a direção escolar, que deve adotar campanhas e ações de conscientização sobre essa agressão dentro da escola. Além disso, cabe à instituição a elaboração de um plano de ação encarregado de diminuir a frequência de agressões entre os alunos.
A punição dos responsáveis por promover essa agressão precisa ser consciente e estar dentro do plano de ação da escola. Ou seja, os diretores precisam elaborar uma abordagem adequada considerando o cenário e as condições sociais dos seus alunos. Entretanto, é imprescindível que haja alguma forma punitiva, a fim de evidenciar que tal atitude não será aceite ou negligenciada. Promover a conscientização dos alunos envolve um planeamento que valorize o respeito. É importante ensinar os alunos que apelidos pejorativos, agressões físicas, divulgação de fotos e vídeos on-line são agressões sérias e precisam ser evitadas.
Para tanto, atividades lúdicas e didáticas podem ser grandes aliadas. Outra maneira de promover o respeito dentro das salas de aula é organizar rodas de conversa e trabalhos que aprofundem o conhecimento sobre o "Bulling". Quanto mais consciência e conhecimento o aluno tiver sobre esse tipo de agressão, menor será a tendência de praticá-lo.
Não devemos subestimar o "Ciberbulling". Existem milhões de pessoas que diariamente usam a internet. Estudos divulgados revelam que diariamente cada pessoa passa em média três horas e meia nas redes sociais para comunicar ou interagir.
Dessa forma, algumas práticas do cotidiano são transportadas para o ambiente virtual. O "Bulling" é uma dessas atividades.
O percentual de vítimas de "Ciberbulling" sobe a cada ano que passa. Por isso, a gestão escolar também precisa estar consciente das atividades e possíveis agressões que algum aluno pode estar a ser vítima de forma on-line.
Como esse tipo de violência acontece em um ambiente difícil de ser monitorado, a melhor maneira de perceber o "Ciberbulling" é manter um diálogo franco e aberto com os alunos. Além disso, muitas vezes a "agressão on-line" invade os corredores da escola, por meio de comentários. Por isso, vale a pena manter a atenção no comportamento dos alunos durante os intervalos de aula. Esta fenómeno tem que começar a ser levado a sério de uma vez por todas, não só nas nossas escolas, mas no mundo inteiro. Está na hora de se começar a dar a devida atenção a este fenómeno que mutila a vida de tantos jovens nas escolas e tanta gente olha para o lado fingindo que não vê ou então nem repara no que está a acontecer…é mais cómodo!!!
Combater o "Bulling" na escola é correlacionar ações e atividades de conscientização e combate. Para tanto, vale a pena investir numa comunicação próxima e aberta entre escola, professores, alunos e familiares, abordando a temática sem medo e de forma didática.
(By: SHANTAL AYANA 2021)
Autor: SHANTAL AYANA
Fonte: SHANTAL AYANA
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Carlos Carrapiço
2021